terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Pensar...

"O meu olhar" 



     O meu olhar é nítido como um girassol. 
     Tenho o costume de andar pelas estradas 
     Olhando para a direita e para a esquerda, 
     E de, vez em quando olhando para trás... 
     E o que vejo a cada momento 
     É aquilo que nunca antes eu tinha visto, 
     E eu sei dar por isso muito bem... 
     Sei ter o pasmo essencial 
     Que tem uma criança se, ao nascer, 
     Reparasse que nascera deveras... 
     Sinto-me nascido a cada momento 
     Para a eterna novidade do Mundo...
     Creio no mundo como num malmequer, 
     Porque o vejo.  Mas não penso nele 
     Porque pensar é não compreender ...

     O Mundo não se fez para pensarmos nele 
     (Pensar é estar doente dos olhos)                   
     Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

     Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... 
     Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, 
     Mas porque a amo, e amo-a por isso, 
     Porque quem ama nunca sabe o que ama 
     Nem sabe por que ama, nem o que é amar ... 
     Amar é a eterna inocência, 
     E a única inocência não pensar...


Ver. Distorcer. Ouvir. Silenciar. Pensar e nada concluir!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

No meu dicionário


carnaval
(francês carnaval, do italiano carnevale, de carnelevare, retirar a carne)
s. m.
1. Período de festas profanas de origem medieval, compreendido entre o dia de Reis e a quarta-feira de Cinzas. (Geralmente com inicial maiúscula.)
2. Período que compreende os três dias que precedem a Quaresma. (Geralmente com inicial maiúscula.) = ENTRUDO
3. Conjunto de brincadeiras e festejos que ocorrem nesses dias.
4. Grande divertimento ou festa. = FARRA, FESTIM, FOLGUEDO, FOLIA, PÂNDEGA



"Tradução"

Carnaval - Folia. Música. Dança. Parvoíce. Rambóia. Vestir uma pele que não é a nossa, sendo nós mesmos em simultâneo.

(Já tinha dito que adoro o Carnaval?!)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Dia de S. Valentim

"Gosto de ti. És tudo para mim. Toma esta prenda".... "Adoro-te, não só hoje, mas em todos os dias e como prova do meu sentimento trouxe-te esta lembrança!"... "És simplesmente linda. Tudo para mim. Trouxe isto para ti"...

Os discursos fluem em tom de paixão ardente e os sentimentos tocam-se na textura da pele. O esquecimento é impossível tão vasta e excessiva é a lembrança. O ignorar é "pecado capital-" para muitos, uma culpa imperdoável e insuperável! 
Do dia de hoje eternizo um episódio de Escola Básica (que na altura alguns ainda chamavam de preparatória e onde a nossa preparação ia no seu 5º ou 6º ano). Não foi comigo, mas recordo-o a cada 14 de Fevereiro com uma eterna gargalhada!
 O conceito de  amor na pré-adolescência reportava-nos para uma fantasia de dar e receber a cada Dia dos Namorados. Era imperativo, custasse o preço que custasse! Embrulho bonito, laço aprumado, presente de loja de bijutaria que levava as meninas a suspirar. A aparência era cuidada, com umas gotinhas de perfume "roubadas" da última aquisição do pai. Discurso bonito. Palavras e juras de amor. E a primeira tentativa falhada com um "Sai daqui. Não te quero ver mais". Discurso novamente fluido, mais uns "gosto muito de ti" e a segunda donzela também não quis cair na "canção do bandido" e fez com que a segunda tentativa caísse também por terra. Mas, já diz a sabedoria popular, que "Não há duas sem três!", por isso, pés ao caminho e mais palavras bonitas rumo ao terceiro alvo. Desta vez não houve "sai daqui", nem tão pouco oportunidade para a pronuncia de qualquer acto de amor maior, houve vontade e uma bela pancadinha (não me pareceu nada de amor e até a mim, que assisti à cena, me doeu um bocadinho tal a intensidade) de afastamento e humilhação, que as mulheres são bravas e decididas! Desta vez a terceira não foi de vez. Acredito que aquele S. Valentim tenha servido de lição ao tal rapaz. Não sei se houve uma querta, quinta, décima tentativa de "ser" ou "fazer" alguém feliz naquele dia. Sei que a notícia correu, a risada era geral a cada passagem do "Rapaz que (tentou) promover a felicidade, (através das frases que começam este post)" num qualquer espaço público da escola. E sei também, que ainda hoje, quando o vejo passar, me lembro de cada bocadinho deste dia e me coloco a pensar "Será que ele aprendeu que o dia de S. Valentim tem um significado muito simples? O de ver a singularidade no meio de uma linda multidão?" (Enquanto penso, a risada é automática. O episódio foi simplesmente memorável!)

[Ver a singularidade no meio de uma linda multidão é mais ou menos isto.]

[Não gosto dos exageros e quase obrigatoriedades do dia, mas gosto-lhe do significado. Das coisas simples que o podem marcar. Gosto do "Gosto de ti!"]

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Noite de luar!



O dia termina!
 A azáfama que invade as cidades diminui num compasso acelerado.
O movimento transforma-se em calma e tranquilidade.
Cai a noite!
Vem o silêncio, a calma a tranquilidade.
Vêm os pensamentos mais profundos e as lembranças mais fortes.
E nasce também a Lua....
E que bela é a Lua. Que simbolismo ela transporta. E que fantástica está hoje a Lua!