terça-feira, 22 de julho de 2014

Procurei-me...

Andava eu, na acalmia da cidade quente a vaguear,
perdida nos meus, (ultimamente tão) depressivos, pensamentos ...
que me agarram e me consomem a cada cruzar de direcção e me arrastam na luta do não querer segui-los...
E, assim sem contar, dei de caras com a minha própria imagem!!
Incrível como me esqueci, não me esquecendo, de mim,
não tão bela como gostava,
não tão louca como me pintam,
Mas tão só como nem pensas,
E tão tua como nem desejas....!
Por momentos, olhei ao fundo. Olhei-me! 
Encontrei a pequenez do meu Eu escondido e banal, que se tenta insurgir nesta luta.
Ao de leve fui puxando, lentamente, por mim,
ao de leve fui-me procurando, fui-me sentido remexida,
ao de leve... acabei por me encontrar!!!
Estranho Ser este em que interiormente me tornei...
Sem forças, resignada numa luta que já não é minha...
Derrotada...
Vendo assim  diria que me transfigurei, que nada se mantém, que já não mais me reconheço;
Mas ousei. Sabia que o reflexo só poderia estar distorcido na poluição dos dias, e procurei de novo,
mexi e remexi-me ....
e,surgi!
Ali estava eu,
tão sorridente como antes,
tão fogaz como antes,
tão tranquila como antes...
tão gostada como antes..
tão Eu mesma, como antes...
Subitamente .... Vi-me.... Subitamente... fui-me!!!!

Palavras...dos outros!

"Esta coisa de gostar de alguém não é para todos e, por vezes – em mais casos do que se possa imaginar – existem pessoas que pura e simplesmente não conseguem gostar de ninguém. Esperem lá, não é que não queiram – querem! – mas quando gostam – e podem gostar muito – há sempre qualquer coisa que os impede. Ou porque a estrada está cortada para obras de pavimentação. Ou porque sofremos de diabetes e não podemos abusar dos açucares. Ou porque sim e não falamos mais nisto. Há muita gente que não pode comer crustáceos, verdade? E porquê? Não faço ideia, mas o médico diz que não podemos porque nascemos assim e nós, resignados, ao aproximar-se o empregado de mesa com meio quilo de gambas que faz favor, vamos dizendo: “Nem pensar, leve isso daqui que me irrita a pele”.
Ora, por vezes, o simples facto de gostarmos de alguém pode provocar-nos uma alergia semelhante. E nós, sabendo-o, mandamos para trás quando estávamos mortinhos por ir em frente. Não vamos.. E muitas das vezes, sabendo deste nosso problema, escolhemos para nós aquilo que sabemos que, invariavelmente, iremos recusar. Daí existirem aquelas pessoas que insistem em afirmar que só se apaixonam pelas pessoas erradas. Mentira. Pensar dessa forma é que é errado, porque o certo é perceber que se nós escolhemos aquela pessoa foi porque já sabíamos que não íamos a lado nenhum e que – aqui entre nós – é até um alívio não dar em nada porque ia ser uma chatice e estava-se mesmo a ver que ia dar nisto. E deu. Do mesmo modo que no final de 10 anos de relacionamento, ou cinco, ou três, há o hábito generalizado de dizermos que aquela pessoa com quem nós nos casámos já não é a mesma pessoa, quando por mais que nos custe, é igualzinha. O que mudou – e o professor Júlio Machado Vaz que se cuide – foram as expectativas que nós criamos em relação a ela. Impressionados?
Pois bem, se me permitem, vou arregaçar as mangas. O que é díficil – dizem – é saber quando gostam de nós. E, quando afirmam isto, bebo logo dois dry martinis para a tosse. Saber quando gostam de nós? Mas com mil raios, isso é o mais fácil porque quando se gosta de alguém não há desculpas nem “ ai que amanhã não dá porque tenho muito trabalho”, nem “ ai que hoje era bom mas tenho outra coisa combinada” nem “ ai que não vi a tua chamada não atendida”.
Quando se gosta de alguém – mas a sério, que é disto que falamos – não há nada mais importante do que essa outra pessoa. E sendo assim, não há sms que não se receba porque possivelmente não vimos, porque se calhar estava a passar num sítio sem rede, porque a minha amiga não me deu o recado, porque não percebi que querias estar comigo, porque recebi as flores mas pensava não serem para mim, porque não estava em casa quando tocaste. Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro. Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campaínha da porta, lemos sempre a mensagem que nos deixaram no vidro embaciado do carro desse Inverno rigoroso. Quando se gosta de alguém – e estou a escrever para os que gostam - vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante, do que nós."

"Fernando Alvim"

segunda-feira, 21 de julho de 2014

O que vêem os meus olhos #16

Nos hábitos que, convém, se tornem vícios!!! Em modo superação...

...

"… não haverá mesmo homens decentes por aí espalhados ou é o nosso radar que está afinado para só captar cabrões trastes? É que, vamo'combinar (expressão brasileira que muito me apraz), nós temos uma tendenciazinha suicida no que toca a escolher homens. A ligeireza como que nos deixamos levar na cantiga do bandido é absolutamente impressionante. E repetimos, e repetimos e repetimos. E depois queixamo-nos, e queixamo-nos, e queixamo-nos. Não aprendemos à primeira, nem à segunda e, às vezes, nem à décima primeira. Apaixonamo-nos perdidamente por homens que, dizemos, nos dão luta. É a desculpa que damos a nós mesmas. Minhas amigas, vamos lá ver uma coisa. Um homem que faz com que olhemos para o ecrã do telemóvel 26 vezes por dia à espera que ele apite, um homem que tem sempre tempo para tudo menos para nós, um homem que não f*de nem sai de cima (ou, pior, que f*de e sai logo de cima), um homem que nunca sabe o que quer e tem mais variações de humor que uma mulher com TPM, ou um homem que foge do compromisso como o Diabo da cruz… não é um homem que dá luta. É UM HOMEM QUE SE ESTÁ NAS TINTAS PARA NÓS! Pronto, já disse, está dito, pode ser que soem campainhas por aí. Se um homem não nos faz sentir seguras e se não nos valoriza, então é porque é um traste.

Não é um coitadinho, não é um traumatizado, não é alguém que vive em sofrimento por não saber se nos quer ou não. Não lhes inventem desculpas, porque são apenas homens que não valem a pena. E o que é que nós fazemos perante este cenário? Pomo-nos a milhas? Enchemos o peito de orgulho e mandamo-los à fava? Vamos em busca de melhor? Nãaaaaaao, claro que não. Ficamos ali, a passar-lhes a mão pelo pêlo (apenas em sonhos, porque eles dificilmente deixam que alguém lhes passe a mão pelo pêlo), damos-lhe tempo (adoro isto), dizemos que estamos ali para o que der e vier, que ninguém os amará como nós os amamos, que ficaremos à espera o tempo que for preciso e blá blá blá. E enquanto esperamos eles vão fazendo a festa noutras camas. A coisa é simples, nós é que a complicamos. Se gostam ficam, esforçam-se, demonstram. Se não gostam estão-se nas tintas. Maaaaaaas, mas, mas, mas, não deixam de ir emitindo uns sinaizinhos de quando em vez, só para garantir que nós, as otárias, ainda ali estamos, prontas a correr ao mais pequeno chamamento. E nós corremos. Sempre. Até ao dia em que ele nos põe a andar de vez e lá ficamos afundadas em chocolates e Kleenex, a achar que o homem das nossas vidas nos escorregou das mãos. E lá chateamos as amigas, e lá lhes pedimos para analisarem cada palavra que ele nos disse, para ver se aquilo foi mesmo um ponto final ou se será só uma fase. Burrinhaaaaaaaaaaas!"

(APipocaMaisDoce)

sexta-feira, 18 de julho de 2014


Será? Temos de deixar de ser nós para nos darem o valor que nos têm?
Não é contra-natura transfigurar-nos, para saberem o que somos?
... ... ...

terça-feira, 8 de julho de 2014

Carta Aberta...

-Tu...
Sim, tu. Tu que tens a maldade ao lado da boca...
Sim. É contigo... Contigo que ao olhares irradias na retina,ódio e maldade. Tu que não conheces a palavra limites e ao invês conheces bem demais o umbigo que te nasceu ao nascer.
É difícil compreender. Compreender-te...Saber o que te move. O que te faz pensar que um qualquer fim justifica todo desprezível meio...
Como é que deitas a cabeça numa almofada cheirosa e limpa todas as noites se a mente é carregada de lixo? Não o organicamente quotidiano, mas o humano, o mais covarde e irreparável!
Como é que moves uma vida com dependentes, se o exemplo é o mais corruptível, o mais desumano, o mais repreensível...?
Como é que consegues acordar e colocar a máscara que à noite tem de cair? Sim, a máscara cai sempre, nem que seja na solidão de um quarto vazio de uma mulher amargurada.
É solidão? Talvez! Mas a solidão não pode levar à corruptível miséria humana.
Tu, com que forças te olhas a um espelho ao raiar da aurora se o que te corre na face é a antipatia e nas veias o veneno de querer saber: "Qual o mal que vou fazer hoje?"?
Tu que te dizes amiga quando em cada letra soletrada do discurso, carregas expressões da mais límpida hipocrisia, como consegues sujar o mais belo sentimento de todos e, mais, convencer que é verdadeiro?
Como é que dizes respeitar? Sim, como ousas dar uso à palavra respito, tão nobre e valiosa, se não lhe sabes o prático significado?´
Tu, que não medes uma acção nem olhas para o lado desde que focaste uma só meta, um só alvo, como é que consegues pisar e pisar, e magoar e voltar a magoar e depois espezinhar e re-espezinhar, não só a tua meta, como todos os que a rodeiam, os que a gostam, os que lhe pertencem?
Tu conseguiste conjugar todas as maquiavélicas acções que julgava intocáveis no ser humano. Conseguiste muito do que projectaste. Consegues . Mas um dia...Um dia tudo se clarifica...