quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

"Porque o nosso lema é agradar..." - 50 Sombras de Grey!



                Mr. Grey dominou muito do espírito literário de 2012 e promete continuar a fazê-lo em 2013 [quiçá também abale o mundo cinematográfico]. As suas Cinquenta Sombras assombraram o mundo das letras e fizeram adorar ou detestar a sua misteriosa história, que se tornou uma explosão no mundo literário.
                Uma triologia de um erótico romance, quase sem meios termos, onde a excitação, a entrega e o desejo são exponenciados ao pormenorizado relato daquilo que no fundo é uma história de amor e paixão com Anastasia Steel.
                Embalada pela crítica volumosa e controversa do”Vale muito a pena.” e do “Não percas tempo” [ que o espírito tuga de “Maria vai com as outras…” também me atinge] juntei-me à saga e li. Leitora empenhada e assídua sou de leitura rápida, por isso em 15 dias desfiz o mistério de cerca de 1700 páginas de Grey! [Check!]
                De leitura fácil e corriqueira, os três volumes das Cinquenta Sombras, "...as de Grey", "... as mais negras" e "...as Livre", são [não minha modesta opinião de leitora] best-seller mundial, traduzidas em mais de 30 línguas, não pela espectacularidade da sua escrita e do embelezamento da linguagem como qualquer Nóbel, mas pelo markting relacionado com os temas, sexo, paixão ardente, BDSM, explecitude e pormenor de cenas mais intimas. A forma de escrever de E. L. James foi simples, directa, básica até. É uma linguagem tão sem rendilhados que chega a todos e a qualquer um  e que faz “despachar” o livro num ápice. A tradução que li é fraca, erros ortográficos, gramaticais e até distracções do tradutor no tocante às personagens [mas nada que não se resolva com uma revisão da mesma].
                Da história temos o que todos já ouvimos dizer , sexo, sexo e depois sexo, dizem muitas das críticas do “Não vale a pena”. Eu encontro isso também [impossível não encontrar tal é a ocorrência do facto], no entanto, encontro mais. No princípio aquilo que parece apenas e só erotismo , BDSM, sexo agora, daqui a pouco e mais daqui a um bocadinho e mais logo é muito mais que isso. Ora vejamos:


“Um menino , filho de uma prostituta viciada em crack que era, tal como o seu filho, espancada pelo seu chulo, que a matou e abandonou morta junto a esta criança que a julgava adormecida.
                Órfão, é adoptado por uma médica carinhosa e afectuosa, das boas famílias da altura, que lhe dá, junto com o seu marido a vida e a família que nunca teve. Traumatizado por um passado não enterrado, não fala duramente dois anos, iniciando novamente a comunicação com a chegada da sua segunda irmã , ainda bebé (como ele o casal adoptou mais duas crianças). Começa a reagir e a interagir, no entanto fá-lo de uma forma revoltada e agressiva, como um jovem de boa e requintada educação, aprende piano, remo, esqui, mas revolta-se com a vida. É agressivo com os outros, sem amigos. Aos 15 anos volta a ser usado, desta vez como submisso de uma velha amiga da sua família. Com ela e com a sua posição, que na altura viu como uma tábua de salvação do mundo vadio, entra no mundo do BDSM e torna-se violento apenas entre quatro paredes. No mundo real vinca-se nos negócios, tornando-se um dos mais jovens e ricos empresários dos EUA , CEO de uma grande empresa, enquanto entre quatro paredes é dominador implacável, colecionando, após a sua própria obediência e submissão de quase uma década, um aglomerado de quinze submissas…
                No entanto, ao pensar coleccionar a sua 16ª depara-se com uma jovem frágil capaz de lhe desobedecer, de o enfrentar, de lhe dar luta  e de lhe abanar aquilo que tinha por certo e intransponível. 
                De criança abandonada a submisso.
                De dominador intransigente a pequenas abébias. 
                De mágoa ao amor.
                De BDSM a baunilha. 
                De egoísta a doação total. 
                De Rico a apaixonado. 
                De controlador a controlado.
                De solteiro a marido. 
                De isolado a pai de família.

Eis o que está nas entrelinhas das 50 SOMBRAS DE CHRISTIAN GREY!"

                Li, voltava a ler. Gostei e recomendo que leiam, porque também fiquei envolvida na história do “não percam o próximo episódio, porque nós também não…”.

                Agora atirar-me-ei com toda a força a um dos clássicos, “Ana Karenina” de Leo Tolstoi!


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