Mr.
Grey dominou muito do espírito literário de 2012 e promete continuar a fazê-lo
em 2013 [quiçá também abale o mundo cinematográfico]. As suas Cinquenta Sombras
assombraram o mundo das letras e fizeram adorar ou detestar a sua misteriosa
história, que se tornou uma explosão no mundo literário.
Uma
triologia de um erótico romance, quase sem meios termos, onde a excitação, a
entrega e o desejo são exponenciados ao pormenorizado relato daquilo que no fundo é uma
história de amor e paixão com Anastasia Steel.
Embalada
pela crítica volumosa e controversa do”Vale muito a pena.” e do “Não percas
tempo” [ que o espírito tuga de “Maria vai com as outras…” também me atinge]
juntei-me à saga e li. Leitora empenhada e assídua sou de leitura rápida, por
isso em 15 dias desfiz o mistério de cerca de 1700 páginas de Grey! [Check!]
De
leitura fácil e corriqueira, os três volumes das Cinquenta Sombras, "...as de Grey", "... as mais negras" e "...as Livre", são [não minha modesta opinião de leitora]
best-seller mundial, traduzidas em mais de 30 línguas, não pela
espectacularidade da sua escrita e do embelezamento da linguagem como qualquer
Nóbel, mas pelo markting relacionado com os temas, sexo, paixão ardente, BDSM,
explecitude e pormenor de cenas mais intimas. A forma de escrever de E. L. James
foi simples, directa, básica até. É uma linguagem tão sem rendilhados que chega
a todos e a qualquer um e que faz “despachar”
o livro num ápice. A tradução que li é fraca, erros ortográficos, gramaticais e
até distracções do tradutor no tocante às personagens [mas nada que não se
resolva com uma revisão da mesma].
Da
história temos o que todos já ouvimos dizer , sexo, sexo e depois sexo, dizem
muitas das críticas do “Não vale a pena”. Eu encontro isso também [impossível
não encontrar tal é a ocorrência do facto], no entanto, encontro mais. No
princípio aquilo que parece apenas e só erotismo , BDSM, sexo agora, daqui a
pouco e mais daqui a um bocadinho e mais logo é muito mais que isso. Ora
vejamos:
“Um menino , filho de uma
prostituta viciada em crack que era, tal como o seu filho, espancada pelo seu
chulo, que a matou e abandonou morta junto a esta criança que a julgava
adormecida.
Órfão,
é adoptado por uma médica carinhosa e afectuosa, das boas famílias da altura,
que lhe dá, junto com o seu marido a vida e a família que nunca teve.
Traumatizado por um passado não enterrado, não fala duramente dois anos, iniciando novamente a comunicação com a chegada da sua segunda irmã , ainda bebé (como
ele o casal adoptou mais duas crianças). Começa a reagir e a interagir, no
entanto fá-lo de uma forma revoltada e agressiva, como um jovem de boa e
requintada educação, aprende piano, remo, esqui, mas revolta-se com a vida. É
agressivo com os outros, sem amigos. Aos 15 anos volta a ser usado, desta vez
como submisso de uma velha amiga da sua família. Com ela e com a sua posição,
que na altura viu como uma tábua de salvação do mundo vadio, entra no mundo do
BDSM e torna-se violento apenas entre quatro paredes. No mundo real vinca-se
nos negócios, tornando-se um dos mais jovens e ricos empresários dos EUA , CEO
de uma grande empresa, enquanto entre quatro paredes é dominador implacável, colecionando,
após a sua própria obediência e submissão de quase uma década, um aglomerado de
quinze submissas…
No
entanto, ao pensar coleccionar a sua 16ª depara-se com uma jovem frágil capaz de
lhe desobedecer, de o enfrentar, de lhe dar luta e de lhe abanar aquilo que tinha por certo e intransponível.
De criança abandonada a submisso.
De dominador intransigente a pequenas abébias.
De mágoa ao amor.
De BDSM a baunilha.
De egoísta a doação total.
De Rico a
apaixonado.
De controlador a controlado.
De solteiro a marido.
De isolado a pai
de família.
Eis o que está nas entrelinhas das 50 SOMBRAS DE CHRISTIAN
GREY!"
Li,
voltava a ler. Gostei e recomendo que leiam, porque também fiquei envolvida na
história do “não percam o próximo episódio, porque nós também não…”.
Agora
atirar-me-ei com toda a força a um dos clássicos, “Ana Karenina” de Leo
Tolstoi!
Boa análise, gostei.
ResponderEliminarDo "lado de cá" agradeço a passagem e a leitura!
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