segunda-feira, 13 de maio de 2013

A vida é complexa. É cruel muitas vezes e radiosa muitas outras. É mais do que a inútil existência. A vida tem som, tem sabor, tem toque. A vida coloca-nos numa dimensão exponencial do auto-conhecimento perene.
A vida é uma viagem.
Voamos ao sabor do vento, balançando consoante a corrente mais forte que apanhamos e que no turbilha a viagem.
Andar no mar é bom, bolinar para o onde o vento sopra, baixar a vela e entregar-se ao sabor doce e encantador do vento que sopra, e sopra, e sopra...
Andar no mar é entregar-se sem reservas ao sabor do destino (tal como a vida). Não imaginamos como será a próxima onda. Onde vamos parar? Não sabemos, mas temos a certeza de que a linha do horizonte nunca se esgota e há sempre um lugar para cada um.
Partimos. Lançamos redes e muitas vezes na ânsia do peixe, pescamos nada. Pescamos um nada de palavras, de gestos e, muitas vezes de silêncios.
Se o silêncio fala? Oh se fala. Tantas vezes o escuto na bolina da maré alta. Tantas vezes me sussurra na acalmia da agitação da pesca...
E as redes?Tantas vezes nada trazem, regressam pesadas de nada, motivadas por lixos que lhes colocamos sem sentido, nem noção da sua corrosão avassaladora e fugaz.
Partimos e não sabemos quando chegamos, para onde vamos. E se não chegarmos?
Aproxima-se mais uma onda, passa uma tempestade, apanhamos tsumanis, perdemos pensamentos.
Partimo-nos e entregamo-nos de corpo e alma ao infinito de nós mesmos, nos confins do nosso mar.
Em alto mar temos o control de nós mesmos, descontrolados. Estamos entregues à nossa sorte que há-de chegar. Valem-nos as bóias e a re-inventação dos problemas, vale-nos a esperança, sempre. Sem esperança nada nos vale. Nada nos suporta. Nada nos anima ao regresso.
Vale-nos sempre a lembrança da luz do farol lá longe que nos grita: "estou aqui!" "Regressa!" "Atraca comigo e encontraremos o meu, o teu o nosso porto seguro!"

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