quarta-feira, 26 de março de 2014

Solidão solitária!

Só. 
Duas letras de um muito de emoções, sentimentos, pensamentos e vagas acções.
Uma pala simples e fraca.
Estar só é , muitas vezes, mais que a solidão do isolamento desejado ou indesejadamente sentido.
Estar só é interior. Estado de espírito. Condição momentânea do viver.
No transporte público que abarrota de rostos e correrias matinais de afazeres laborais, no centro comercial que emerge de mãos do poder consumista, no evento mas afamado e participado... em todo e qualquer lugar cheio, pode, está-se, muitas ocasiões somente só!
Na solidão que procuramos, na que queremos, na que rejeitamos, na que vivemos e na que sentimos.
Na solidão que balança, que vai na aurora da manhã e regressa  ao pôr-do-sol, como uma dança e naquela que vem, agarra, perdura e fica...
Na solidão dos braços que se foram, das angústias desabafadas mas desamparadas pelo carinho rasgado.
Na solidão que não dás para não receber. Na que recebes sem nunca dar e na do dar sem querer e mesmo assim, continuar a receber.
Tão só na janela de um quarto apagado e embalado pelo burburinho da rua. Tão só no meio da agitaçã da vida. Tão só num mundo louco, corrido e ocupado.
Tão acompanhados estamos e tão sós nos sentimos quando conseguimos. Tão sós no meio de uma multidão e apaixonados onde tudo pára e se respira a solidão de duas respirações. tão sós no eu que busca recantos de vida parado na berma de um rio que nos leva as memórias molhadas no rosto. Tão sós de felicidade, de contemplação a Ele num banco qualquer da Sua casa, olhos nos olhos no diálogo do silêncio. Tão sós na mensagem que vem e no telefonema que vai. Tão sós no sorriso rasgado e na imagem de alegria escancarada. Tão sós quando queremos e ousamos simplesmente ser companhia, ser vida!

Sem comentários:

Enviar um comentário